Bebê explorando brinquedos sensoriais em um ambiente suave, representando sinais precoces de desenvolvimento no primeiro ano de vida

Autismo no primeiro ano de vida: sinais precoces para pais

Autismo no primeiro ano de vida: sinais precoces que os pais precisam conhecer

Quando recebo famílias no consultório, uma das perguntas mais comuns é:
“Doutora, é possível perceber sinais de autismo ainda no primeiro ano do bebê?”
A resposta é sim — em muitos casos, os primeiros sinais aparecem bem cedo, e identificar essas pistas pode fazer toda a diferença no desenvolvimento da criança.

Quero te explicar, de forma acolhedora e baseada em evidências, o que realmente importa observar nos primeiros meses de vida.

Por que observar tão cedo?

O cérebro do bebê passa por uma fase de crescimento intenso no primeiro ano.
Quando conseguimos identificar sinais precoces de autismo, abrimos portas para:

  • intervenções adequadas

  • estimulação correta

  • acompanhamento profissional precoce

  • melhora significativa no desenvolvimento social, comunicativo e sensorial

Meu objetivo não é gerar medo — é fornecer clareza.

Sinais que podem aparecer entre 0 e 3 meses

Nem todo bebê apresenta todos os sinais, mas alguns padrões chamam atenção:

1. Pouco contato visual

O bebê olha pouco para o rosto dos pais durante mamada ou interação.

2. Dificuldade de fixar o olhar em pessoas

Prefere observar objetos, luzes ou o ambiente ao invés dos rostos.

3. Poucas expressões faciais

Menos sorrisos sociais, pouca resposta ao sorriso dos pais.

Sinais entre 4 e 6 meses

Nesta fase, espero ver mais interação social. Atenção aos sinais:

  • Não responde quando chamado pelo nome

  • Pouca reação a vozes familiares

  • Não tenta imitar expressões, sons ou movimentos

  • Redução das vocalizações (pouco balbucio)

  • Pouco interesse em brincar de forma simples (como cócegas, “cadê-achou”, sons divertidos)

Sinais entre 7 e 12 meses

É aqui que geralmente os pais começam a notar mais diferença:

1. Falta de resposta ao nome

Mesmo com repetição, o bebê não vira o rosto.

2. Pouca troca social

O bebê não aponta, não mostra objetos e não busca compartilhar momentos com os pais.

3. Atraso ou perda de marcos

Falta de balbucio, ausência de gestos como dar tchau ou bater palmas.

4. Reações sensoriais incomuns

  • incomodo extremo com sons

  • fascínio por objetos girando

  • olhar prolongado para ventoinhas, luzes ou sombras

5. Pouca curiosidade social

Prefere brincar sozinho, com padrões repetitivos.

Lembre-se: sinais não são diagnósticos

Cada bebê é único.
Um sinal isolado não significa autismo.
Mas vários sinais combinados merecem investigação.

No consultório, sempre realizo:

  • avaliação detalhada do desenvolvimento

  • investigação de regressões

  • análise da interação social

  • triagem estruturada

  • orientação prática para os pais

Meu foco é entender o seu bebê como um todo — não rotular, mas cuidar.

O que fazer se você notar algo diferente?

Se algum desses sinais está presente, o primeiro passo é marcar uma avaliação.
Quanto mais cedo começamos a acompanhar, melhor conseguimos apoiar:

  • Comunicação

  • Sono

  • Alimentação

  • Interação social

  • Regulação sensorial

O diagnóstico precoce muda trajetórias.

Como eu posso ajudar?

Atendo diariamente bebês e crianças com suspeita de autismo, atrasos de fala, dificuldades de sono e questões comportamentais.
Meu trabalho é acolher a família, investigar com cuidado e orientar um caminho claro e seguro.

Se você tem dúvidas sobre o desenvolvimento do seu bebê, estou à disposição para avaliar e ajudar.

Dra. Isabelle Faria Tiburcio
CRM/SP 177388 • RQE 128764

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