Criança com TDAH em sala de aula, mostrando dificuldade de concentração e hiperatividade

TDAH em crianças: como identificar e o que fazer para ajudar

Você já se perguntou se o comportamento “muito agitado”, “sempre pulando de uma tarefa para outra” ou “não consegue se concentrar nem brincar por 5 minutos” do seu filho pode ser algo mais do que apenas “ser uma criança ativa”? Esses podem ser sinais de TDAH.

Esses questionamentos são muito comuns entre pais, que tentam entender se o que veem é parte de um padrão de infância ou se há algo que exige atenção especializada.

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade, que se manifestam de forma persistente e com impacto no dia-a-dia da criança.

Saber identificar os sinais, entender quando buscar avaliação e iniciar intervenções precoces pode fazer uma grande diferença no sucesso escolar, social e emocional da criança.

Neste post, vamos explorar:

  • o que é o TDAH e por que importa
  • como reconhecer os sinais em casa e na escola
  • o que os pais podem fazer agora
  • quando e como procurar ajuda especializada — e como eu posso ser parte dessa jornada.

Entendendo o TDAH: o que é e por que ele exige atenção

O TDAH é definido como um transtorno neurobiológico, com forte componente genético, que aparece em infância e pode persistir ao longo da vida. 
Ele não é “má conduta” ou apenas “energia demais”: há alterações reais no funcionamento da atenção, da autorregulação e da impulsividade.

Principais características

  • Desatenção: dificuldade para manter o foco em tarefas ou brincadeiras, parece não escutar quando se fala diretamente, perde objetos com frequência, evita atividades que exigem esforço mental prolongado.
  • Hiperatividade/Impulsividade: mexe mãos ou pés continuamente, tem dificuldade para ficar sentado, corre ou escala indiscriminadamente, fala demais, responde antes que a pergunta seja concluída.
  • Causas e fatores de risco: embora não haja uma causa única conhecida, sabe-se que há forte componente genético, alterações neurotransmissoras (como na dopamina) e fatores perinatais podem contribuir.
  • Impacto: O transtorno pode afetar aprendizagem, socialização, autoestima e aumentar risco de acidentes por impulsividade ou falta de atenção.

Como reconhecer os sinais em casa e na escola

Observações importantes para pais:

  • O comportamento ocorre em mais de um contexto (em casa e na escola ou em outra atividade externa).
  • O padrão persiste por 6 meses ou mais e está além do que se espera para a faixa etária da criança.

Exemplos de sinais comuns:

  • A criança começa uma tarefa, abandona antes de terminar, ou troca de brincadeira muito rápido.
  • Tem dificuldade para organizar mochila, brinquedos, tarefas.
  • Em sala de aula, não consegue ficar sentado, levanta com frequência, se distrai com estímulos pequenos.
  • Fala rápido demais, interrompe os outros, não espera sua vez.
  • Em casa, parece que “tem motor ligado”, raramente está quieta, mesmo em momentos em que deveria relaxar.
  • Relato de professores ou cuidadores de “andar de um lado para o outro”, “não consegue participar de atividades em grupo”.

Os principais sinais do TDAH em crianças e adolescentes são desatenção, inquietude e impulsividade.

Quando pode não ser apenas “fase”:

  • Se há prejuízo no rendimento escolar, nas relações com colegas ou no convívio familiar.
  • Se a criança já era diferente há meses/anos — não algo novo por fase de crescimento.
  • Se existe histórico familiar de TDAH ou outro transtorno do neurodesenvolvimento.

O que os pais podem fazer hoje — intervenções práticas

Enquanto a avaliação especializada ocorre, há medidas que você, como pai ou mãe, pode começar a adotar para ajudar seu filho:

  • Criar rotina estruturada: horários fixos para atividades, tarefas, brincadeiras e descanso.
  • Dividir tarefas em “pedacinhos” menores e usar cronômetros ou timers para ajudar a manter foco.
  • Eliminar ou reduzir estímulos de distração: ambiente com menos barulho, acesso limitado a telas durante tarefas.
  • Reforçar positivamente comportamentos desejados (quando ele inicia e conclui uma tarefa, elogie e celebre).
  • Trabalhar comunicação com a escola: registrar relatórios, pedir feedback, estabelecer parceria entre casa e escola.
  • Avaliar sono, alimentação, exercício físico — crianças com sono irregular ou alimentação pobre podem ter piora dos sintomas de TDAH.
  • Manter expectativas realistas: foco não é eliminar todos os “saltos” de comportamento, mas melhorar o controle e a qualidade de vida da criança e da família.

Quando e como procurar ajuda especializada (e o papel do pediatra)

Se os sinais são claros, persistentes e causam impacto significativo, é hora de procurar avaliação com profissionais como pediatra, neuropediatra ou psiquiatra infantil.
O diagnóstico não se baseia num único exame: coleta de histórico, entrevistas com pais e professores, observação em diferentes contextos e, muitas vezes, escalas de avaliação.

O tratamento costuma ser multimodal:

  • Terapia comportamental (treinamento de pais, intervenções psicopedagógicas)
  • Adaptações escolares e ambientais
  • Medicação em alguns casos, se indicada conforme avaliação médica.

Como pediatra com foco em transtornos do neurodesenvolvimento, eu posso:

  • Avaliar o seu filho de forma personalizada
  • Identificar potenciais causas associadas (ex: sono ruim, ansiedade, dificuldades sensoriais)
  • Elaborar plano integrado entre família, escola e clínica
  • Acompanhar evolução, ajustar intervenções e orientar de forma contínua

Transformando dúvida em ação

Se você observa no seu filho comportamentos como dificuldade de atenção, inquietude excessiva e impulsividade que duram meses e interferem no dia-a-dia, não espere que “isso passe sozinho”. O TDAH não precisa definir a vida da criança — com diagnóstico correto, intervenções adequadas e acompanhamento contínuo, ela pode desenvolver todo o seu potencial.

Eu estou aqui para ajudar você a dar esse primeiro passo. Vamos juntos identificar o que está por trás do comportamento, ajustar o ambiente e a rotina, e construir um caminho positivo para o seu filho e para toda a família.

Agende uma consulta comigo e comece a transformar esse cenário de frustração em progresso, autonomia e felicidade.

Dra. Isabelle Faria Tiburcio
CRM/SP 177388 • RQE 128764

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